Krusty’s Super Fun House | Um caça-níquel dos Simpsons

Krusty’s Fun House foi desenvolvido por Audiogenic e publicado por Acclaim. Foi lançado em 1992 para os sistemas NES, Super Nintendo, Master System, Mega Drive, Game Boy, Game Gear, PC e Amiga.


Em minha jornada para jogar os títulos dos Simpsons para consoles, cheguei a Krusty’s Super Fun House aguardando um bom jogo. Afinal, tinha acabado de sair de Bart’s Nightmare, que embora não seja um jogo nota dez, é claramente uma evolução visual de tudo o que veio antes da franquia. Mas o alerta vermelho soou assim que liguei o console e a tela de título apareceu. Fora um ou outro elemento encontrado pelo cenário e, obviamente, o Krusty, nada ali remetia ao desenho animado. Continuei a jogar, mesmo achando tudo muito estranho e só fui descobrir o motivo dessa desconexão um pouco depois.

Ratoeira para os jogadores

A Acclaim, que detinha os direitos de Simpsons para os videogames, precisava de lançamentos para maximizar o retorno financeiro com a franquia. Dessa forma, viu a oportunidade de transformar um jogo desconhecido da Audiogenic, produtora inglesa com a qual já mantinha negócios, em um jogo dos Simpsons. Demanda solicitada, a Audiogenic, tal qual a Tectoy fazia em terras brasileiras, apenas transformou seu Rat Trap, lançado um ano antes, em Krusty’s Super Fun House. Para isso, apenas transformou o personagem principal do jogo, um garoto genérico de cabelo roxo, em Krusty, além de espalhar algumas referências do desenho pelo cenário.

Muito ratos

A cena rom hacker é fundamental ao videogame e muitos dos feitos dos entusiastas da área são inacreditáveis. Mas, é um pouco desestimulante quando feito por uma grande companhia, com um trabalho sem dedicação, apenas para ganhar dinheiro utilizando o peso de uma franquia famosa. E que fique claro, diferente da Tectoy, inserida num mercado e cenário adversos. Mas isso é assunto para outro momento.

Jogando Rat Trap Krusty’s Super Fun House

Rat Trap tem uma premissa simples, mas de difícil execução. A camada simpsoriana colocada sobre o jogo não altera nada do original. Krusty precisa direcionar uma ninhada de ratos rumo a algumas armadilhas espalhadas pelos cenários. Para obter êxito, o jogador deve movimentar blocos para fazer com que os ratos subam ou desçam em direção ao aniquilamento.

Essa mistura de quebra-cabeças com plataforma é disfuncional. O jogo não possui todas as possibilidades de Lemmings, sua inspiração, e a parte de plataforma não tem sentido. Isso sem contar as demais falhas. Não há como acelerar os ratos. Há momentos em que apenas os observamos por tempo considerável em sua longa caminhada rumo ao fim. E isso, apesar de ser o objetivo central do jogo, não finaliza a fase quando alcançado. Pelos cenários estão espalhados alguns bônus que devem ser recolhidos para finalmente prosseguir ao próximo estágio. Aliás, você tem que voltar à porta inicial para isso. E não pense em morrer nesse percurso ou você terá que refazer tudo, mesmo tendo eliminado todos os ratos anteriormente. Uma decisão que parece ter sido tomada só para incrementar a porção de plataforma e estender o tempo de jogatina.

Sem graça

E se a descrição não deixa transparecer a dificuldade do jogo, saiba, o jogo é difícil. Muito por decisões que parecem não ter sido bem pensadas. Por exemplo, os ratos começam sua marcha imparável assim que o estágio se inicia. Nessa caminhada, não são raros os momentos em que eles chegam a determinados pontos em que o jogador não dispõe dos recursos necessários para fazê-los prosseguir ao objetivo. Nesses casos, só resta ao jogador procurar a morte para reiniciar a fase, pois não há outra maneira para isso.

Dica de amigo: o melhor é partir para outro jogo.

Se fosse Rat Trap, seria apenas um jogo esquecível, mas como se trata da grife Simpsons, é um jogo decepcionante e esquecível.

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